REVISTA PASSE

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FINAL FELIZ


Vi uma frase essa semana no FACEBOOK, que me incomodou muito. Uma menina falando que ex namorado bom era ex namorado MORTO..
• Por que o fim dos relacionamentos duradouros sempre preocupam mais aos outros do que aos próprios envolvidos?
• Por que os finais tendem a ser “hostis” e cheios de “ódios”?
• Por que eu não concordo com isso?

Para responder tais perguntas me sinto a vontade para tecer mais um dos meus detestáveis textos. Todos que me conhecem sabem (ou deveriam saber) da minha mais completa descrença em várias coisas. Enquanto muitos se apegam a fé, eu conto apenas com meu raciocínio, que muitas vezes é traído pelo emocional. Enquanto alguns oram, eu busco alento no meu próprio ser. Não consigo agir de modo diverso e me sinto feliz em sempre me redescobrir. Erro (não sei se na média, abaixo ou acima dela), mas não delego meus erros e minhas soluções a ninguém.

Não acredito em “espíritos possuidores” ou em fantasmas, mas não obstante tal descrença adoro a palavra exorcizar.

Se me pedirem para definir alma, eu posso dizer que alma é aquilo que guardamos na mente, com relação aos outros e a nós mesmo. Apesar do mundo físico e palpável, não podemos descartar que existe algo a mais de cada um, dentro de nós. A pessoa amada, mesmo quando deixa de existir, continua dentro da nossa mente, em lembranças e sentimentos. E essa alma memorável pode se transformar em assombração, caso não for devidamente exorcizada.

Amaldiçoei o poeta (aquele ébrio), mas agora concordo que o Amor é chama (eterna enquanto dura). Vou ter a audácia (de sóbrio) tentar complementar o poeta. Infelizmente o amor não é uma chama única que se extingue por igual. Enquanto manifestação de duas pessoas distintas, o amor é análogo a duas velas que queimam em ritmos diferentes, posto que sofram influências e intempéries diversas. E quando a chama de uma vela se apaga primeiro que a outra, torna-se natural a perplexidade desta última. E o que fazer quando isso acontece? Deixar a vela sobrevivente queimar até o fim ou assoprá-la de imediato? Essa resposta não é fácil, e nem ao menos relevante. O mais importante é saber o que fazer com a cera produzida pelas velas, nela inclusa boas lembranças e possíveis frutos. A cera dessa vela não pode ser descarta ou incinerada.

A cera das velas deve ser moldada através do fruto e as lembranças boas devem enaltecer e valorizar o tempo em que as velas queimaram e forneceram luz ao mundo.

Com relação à alma que reside dentro de mim (que não seja a minha própria) devo exorcizá-la, para que ambos consigam acender novas velas para que o mundo continue iluminado. Por isso sopro minha chama, como quem sopra ferida que arde. Sopro, como quem dá alento e fôlego à vida de todos os envolvidos (até mesmo dos espectadores).

E para exorcizar minha alma penada, nada melhor que enaltecer a pessoa amada, para ter certeza absoluta que cada segundo ao lado dela valeu a pena. Encerro mais um capítulo da minha vida com uma ODE a alma que deixa o umbral da minha mente. Vai alma, acender chamas pelo mundo.

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