domingo, 12 de dezembro de 2010
A MORTE DOS MOINHOS
A MORTE DOS MOINHOS
Henrique Costa
E QUANDO NÃO HOUVER
MAIS MOINHOS PRA SONHAR,
RUCINANTE PARA GALOPAR,
OU DULCINEA PARA DESEJAR
E QUANDO O REFLEXO DO ROSTO
VELHO DE QUIXOTE
REFLETIR-SE NO PEQUENO LAGO DE LÁGRIMAS
SIM, VELHO GUERREIRO
O SONHO ACABOU
E A REALDADE GRITA
COMO UM SOL ARDENTE NAS COSTAS
ERGUA-TE
VERME SOLITÁRIO E PATÉTICO
E ENCARE A REALIDADE DE FRENTE
ERGUA-TE
QUE NADA MAIS ÉS QUE UM VERME NO VENTRE DO MUNDO
E AS VISCERAS CONTINUARÃO DIGERINDO HOMENS
SEM ESPASMOS PARA VIGÍLIA DA TUA DOR
ERGUA-TE
POIS PUTREFATO ESTÁ RUCINANTE
VEÍCULO DO TEU SONHO
PERECENDO NA AREIA REAL E ARDENTE
ERGUA-TE
POIS O FRUTO DO TEU DESEJO
JÁ SE LAMBUJA NO LEITO DE OUTREM
ERGUA-TE
A BRANDIR O GLÁDIO EM ATAQUE
OU MORRA JUNTO COM OS MOINHOS E OS SONHOS
ERGUA-TE
NEM QUE SEJA PARA SONHAR
MAIS UMA REALIDADE FRIA
SEU VELHO INCORRIGÍVEL
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